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Um pouco mais sobre nós

Como começamos

``A primeira dificuldade para ser negro no Brasil é viver livre´´ esta dificuldade começa ainda quando você é apenas uma criança. Uma criança se identifica pelos seus parecidos, se não existe representatividade ela perde a autoestima, não consegue mais se olhar no espelho porque ela acha que, o indesejável, a feia é ela. E para o negro poder viver saudavelmente, ele precisa ser Ubuntu.

O mercado já deveria ter entendido a demanda geral de produtos que atendesse também a população negra, mas no setor de brinquedos, por exemplo, isso não foi percebido. O Brasil conta 53% de sua população, autodeclarada negra e tem apenas 3% das bonecas vendidas em lojas online e físicas do país representando nosso povo, o que confessa a falta de representatividade gritante.

Vejo que não é só uma questão de oferta e procura, a gente está falando de uma questão de caráter cultural que é secular. Quantas vezes nós já ouvimos uma avaliação positiva sobre uma pessoa negra? A gente sempre ouve a avaliação positiva em relação ao branco e negativa em relação ao negro, e isso permeia mercados de beleza, de estética, de brinquedos. Ultimamente observamos uma sensibilidade das empresas de estética assumindo a beleza negra como beleza “também”. Mas ainda há muito a ser conquistados em diversos setores, na fabricação de brinquedos não seria diferente, não sabemos por que o mercado de bonecas ainda está andando em passos lentos em relação a isso. Mentira, sabemos muito bem, demorou, mas caiu a ficha, precisamos resolver nossos problemas por nós mesmos, precisamos preencher a lacuna, precisamos curar nossas próprias feridas, nos curar, precisamos ser protagonistas da nossos próprios roteiros.

Imagina a dor de um pai e de uma mãe ao saírem de casa na esperança de voltarem com pelo menos uma boneca que se pareça com sua filha negra (para que ela possa brincar, mas também, se identificar, se sentir confiante) e não a encontrar em nenhuma prateleira da loja de brinquedos. Ou quando encontradas, são tão caras que acabam desistindo da compra.

O dia que recebi a boa notícia que seria pai, neste mesmo dia me deparei frente a frente com a dura realidade, muito preocupado pensei: ``Como vou educar meu neném onde ela não é representada? ´´. A resposta foi automática, porque não começar a implementar ações positivas? Na sua cidade não se acha uma loja de boneca negra, porque não preencher essa lacuna? Minha e de tantas famílias brasileiras.

Fui compartilhar esta ideia com minha namorada, mal comecei e ela me parou dizendo  o quanto também se sentia preocupada, e acrescentou “qualquer ideia que você venha a compartilhar comigo, pelo bem da comunidade negra, estarei junto com você e nossa filha”.  Nasceu assim a “Ubuntu - Bonecas Negras”, projeto que foi gestado junto de nossa primeira filha, e vem para dar mais visibilidade, mais representatividade para o mundo negro, incentivar e somar as ações de empoderamento que já acontecem em todo o país!
 Juntos conseguiremos, juntos subiremos até o topo da árvore, pois,  sou o que sou por que somos todos nós. 

Corneille Alodji





Após a ideia surgir abracei-a com todas as minhas forças. A Ubuntu – Bonecas Negras, significa muito mais do que uma linha de bonecas comercializáveis. Significa a construção de uma identidade, de uma força que acompanha minha filha ainda em meu ventre. Não quero que ela passe pela dificuldade de ser negra em nosso país. Mas sei que os desafios existirão, e começamos desde já a construir a autoconfiança com a qual iremos criá-la. Em nosso lar a Nádia se sentirá representada, e forte para lutar fora dele.

A primeira linha de bonecas foi desenvolvida com muito carinho, inspirada em grandes nomes de mulheres negras que marcaram a história de nosso país:
Entre elas estão:

Rainha Tereza de Benguela, que liderou sozinha o Quilombo de Quaritere durante 20 anos.

Dandara de Palmares, que viveu na capitania de Pernambuco, no século XVII e foi uma guerreira negra que desde a infância lutava contra o sistema escravocrata.

Marielle Franco, inspirada a boneca Mari. Ela foi uma socióloga, política, feminista e defensora dos direitos humanos. Era uma voz em ascensão na defesa dos direitos humanos. Morreu executada a tiros no centro do Rio.

Carolina Maria de Jesus nasceu 1914 em Sacramento, Minas Gerais, filha de pais analfabetos aprendeu a ler sozinha. Passou a escrever em cadernos que achava no lixo. Sua obra mais conhecida é Quarto de despejos: diário de uma favelada.

A linha conta ao todo com 10 modelos de bonecas lindas, estilosas e cheias de histórias para contar. A busca pelas raízes nos levou a utilização de tecidos importados de Africa na confecção de algumas roupas, dentre estes tecidos, trouxemos o Kente, que é um tecido produzido pelas etnias axânti e ewe no Gana. Antigamente ele só podia ser usado por reis. Contamos ainda com o trabalho de uma designer de joias que elaborou joias exclusivas para algumas de nossas Ubuntus.


Joseane Nogueira



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